Tiburcia, Bahia e Juventude

Fonte de alegria, êxtase e satisfação
É a favor da liberdade de expressão
Mas prefere a liberdade de uma pedalada sem rumo
Alcançar a independência de gente grande
Cabelos ao vento
Sentir a brisa batendo nas pálpebras
Empolgadas ao som da música do mundo
Cantarolando no volume adequado ao momento
E as rodas que funcionam num mecanismo
De alma e bem-estar
Embaladas pelo olhar de tanta gente
Que almeja aquela cena
Seu vermelho cor de sangue
Um sangue que atingiu a desistência da batalha
Mas um sangue firme e decidido do que quer

Pronto, atingiu o fim da orla e vai voltar
Voltar pro aconchego desgostoso
E esperar pra ver quando será a próxima viagem

Humano

Não ligo pro que é bom
Só ligo se for bom
Não sei se é dom
Ou se vai sair do tom
Só sei que é bom

Cidadão Criador

Pra que ansiedade para o amanhã?
Ele só pensa no ano que vem
Sem dar atenção pelo que se passa por baixo do nariz
Seus casos complexos e pensamentos pessimistas

Enquanto os outros forçam a tal felicidade
Ele reza, só reza e acredita
E tudo é culpa da Senhora Expectativa
A que o domina e te cega do presente
A cegueira que é a tristeza que consome

Forçando um déjà vu desanimador
Tá tudo bem, esquece a dor
Ele é consumido pelos seus pensamentos
E não dá ouvido para os outros
Se a morte bate a porta,
ele abre com gosto e a deixa entrar

O atual é o desgosto de continuar
E ele continua confiando na expectativa
Boa ou ruim
Mas ainda vê uma saída com porta pra felicidade
E agora se desculpa pelo humor
Vai pra cama usurfruir da dor e seguir acreditando
O que ninguém sabe é se ele vai reagir

Agora

Confesso que nunca pensei que fosse assim
Tão difícil
Saber que tem dois de mim por aí
Fazendo o mal, fazendo o bem
Maltratando e fazendo feliz
Enxergar a prévia do meu próprio eu
Ter a ciência do que é um pequeno sofrimento
Saber que tive momentos maravilhosos
E de muita coisa extraí maturidade
Agora vivo a realidade
Encaro o mundo e a vida com seriedade
Mãe, saí de casa pra viver
Mas ainda há dúvidas sobre isso tudo
Será que é verdade?

Já Senti de Tudo

Meus dias são sempre os mesmos
E na calada dos meus momentos
Tudo se remete a saudade
A saudade de algo qualquer
Provocando sonhos feito realidade
Pesadelos que com suor me fazem despertar
É tanta coisa me tornando tão forte
Que nem uma lágrima se ousa a libertar-se
Com isso só me resta a curtição
Farta e farsa diversão
Que na embriaguez me faz delirar
Falar, falar e falar
Geralmente reclamar sobre a vida
E o alheio
Relembrar perdidamente o passado
Esquecendo de agradecer as conquistas
Experiências vividas, talvez sofridas
Que me encorajam a continuar
Porque quinze anos não é demais
Quero muito mais

Após o Último Dia

Desperdiço nossos dias com planos falhos
Enquanto sonho com você em minha cama
Puxando meu queixo em direção ao seu rosto
Mas a verdade é que penso toda tarde
No que você possa estar fazendo
Principalmente,
na possibilidade de estar pensando em mim

E devo pedir desculpas por tantos meses de espera
Pois é, é assim que é
Impecilhos, incertezas e desejos...
Fiquei por tanto tempo aqui sentado
Batendo papo, conversando fiado
Nem vi a chuva que caiu lá fora
Essa chuva que você tanto gosta
E quanto a mim, já nem tanto assim

Já desperdicei muito tempo
E meu medo é o mês de novembro se findando
E nada acontecendo
Vou acabar com todo esse sofrimento
Ou me calar pra sempre






Com colaborações de Baroulo.

Falta de Chuva

Nessas manhãs silenciosas
Puro cotidiano
Seu excesso me consome e me sufoca
Mas nosso lema é o silêncio
E eu gosto de respeitar
Seus lábios sempre fechados
Dá pra cansar
Seu próprio mundo compacto e gigante
Chama-se Roma
As passagens mais caras são pra esse lugar
E só de pensar que cada um tem sua própria Roma,
sinto até um vazio
Pensar essas coisas nesse estio,
é como um banho congelante
Enquanto isso,
vou aguardando seu estio de vida chegar
Ou pelo menos um estio de mente
Um amadurecimento qualquer
Qualquer coisa que convença sua mudança
Isso convém

Dalmerry Malandrão Apaixonado

Tu tá chapado, cara?
Acha que é quem?
Chegando assim na área
Cheio de marotagem, chei dimarra
Acha que casório é farra
Só sei que tu tá fora da área
E a pancada é diferente
Fazendo merda
Quando separou, se fodeu
Falta de sexo?
Maldita líbido
Quem é você agora?
Tu tem cria e fêmea
Tu tem vida?
Só acendendo um cigarro pra você
Tu só se safa, seu safo
Seu saco?
Porra!
Que saco...

Não é Tarde Demais

Olhar penetrante
Corpo aconchegante
Teu jeito penetrante

Me desfaço do contratempo
Fazendo teu tesão aumentar em dobro
Tua natureza à flor da pele
Típico de quem não aguenta mais

Adio o que já era pra ter acontecido
Ligo a TV e vejo teu vestido
E pra que falar demais?
Quem tanto fala, metade daquilo não faz

Nós dois pagando o preço
Pela nudez dos sentimentos
Ou, possivelmente, desejo passageiro
Ligeiro, ou não

Como uma donzela à espera
É assim que te vejo
Até sonho com teu beijo
Por favor, não me fale nas amizades
Tu é mulher e sabe de tuas vontades
Tem até vantagem

Amigo mesmo é só teu homem
E você sabe
Por isso te digo: quero ser teu amigo

Praça dos Anseios

Guarde esse seu olhar pra mim
Seus olhos fundos e arregalados
Guarde seu beijo apressado
Só não guarde seu papo furado
Sua falta de papo
Não me deixe calado

Se a cura do seu tédio é só um beijo meu
Faço dele seu
Só pra te ver sorrir
Espontaneidade rara vista de primeiro plano
Pela primeira vez
Com os outros, só gaste a estupidez
A reflexão de sua escassez

E você vai sendo minha
Mesmo de longe
Mesmo livre
Te dou o aval
Mas quando seu pedido for atendido,
quero tudo de novo e mais um pouco
E bem melhor

Isso é pra causar aquela onda de saudade
Aquela sem dó que a gente já conhece
E assim Deus compadece e faz o tempo passar
Feito vento no outono

Criança Veterana

Por que reclama tanto?
Nem teve sequer a experiência de viver
E fica aí,
se queixando dos "imensos" problemas
Teve até a audácia de querer perder a vida
De adquirir a passagem pra outra dimensão
Perdendo, assim, a chance de ser feliz
Nadando sem fôlego sob um mar de desgraças
Se queixando por não ter asas
Voar sempre foi um sonho
Voar pra bem longe e fugir disso tudo
E se sente ofendido com um Zé Doidinho
Ao dizer que muita coisa nesse mundo é impossível

Objeto Inocente

Uma vez abri os olhos pra verdade
E vi que estavam me fazendo de otário
Algo que desconhecia
Havia me deixado um cego incosciente
Me fez fingir até surdez
Num golpe certeiro fui fisgado
Pela vadia e seu amor juvenil
Aquela que consegue tudo o que quer
Com palavras mágicas, seu jeito doce e riso agradável
Mas sobre o diabo eu já sabia
E, por sua vez, me entreguei por inteiro
Ganhei o amor, tesão pela vida e algemas
Descartei a importância dos olhos,
ouvidos e amigos
Mas o feliz sou eu e estou satisfeito
Com minha boca e os atributos do diabo

O da Terra

Vai pro batente bem cedo
Todo dia pela manhã
Com seu arroz-e-feijão debaixo do braço
Sai do trabalho e vai direto pro boteco
Onde encontra amigos, cerveja e assunto
O que não falta
Se fala de futebol, política, eleições e Brasil
Chega em casa, beija os filhos e a esposa
Janta e adormece
No dia seguinte, de uma hora pra outra
Tem seu rosto estampado em noticiários e jornais
Vítima de bala perdida
Pela própria polícia
De quem era fã

Sr. Filho da Puta

O destino vem, volta
Faz, espera
Demora
Trabalha
Faz, engana
Mente, diz
Faz cabeça de despreparado
De desesperado
Faz
O destino acontece

Vitória Impossível

Me diz o que é a saudade?
Me deixa voltar?
Me deixa te abraçar?
Me deixa aproveitar?

Posso chorar?
Posso ficar?
Posso esquecer?
Posso te amar?
Posso te ter?

Nem que seja por um minuto
Nem que seja pela vida inteira
De uma certa maneira

Ok, acordei.

Bate-Volta

Me choca
Me nota
Me amassa
Me amarrota
Me engrossa
Se embola
Me assopra
Me entorta
Me deixa
Me veja
Me abraça
Me beija agora
É a hora, vambora

Telefonema Sozinho, Maço Terraço

Ouvindo a trilha de nossa despedida
Lembro de ter ficado remoendo o passado
E agora me pego remoendo o presente
Tentando decifrar o que vai dar
Se você não demonstra interesse por isso
Não há motivos pra deixar estar

Até parece que voltei as páginas daquela velha história
Uma situação que se inverte
E me deixa à beira de pensamentos novamente
Esses, bem mais responsáveis e delicados
Enquanto me cobram atitudes irresponsáveis e indelicadas

Tudo está sob 20 minutos
Que possivelmente se multiplicarão
Em lágrimas sensíveis ao ver a porta aberta
De alguém que saiu com medo e desejo de ficar
A mesma porta do recinto em que estive só
Ensaiando e costurando um véu chamado paciência

Foi imposta a temporada de visitas
Visitas que cutucaram a morta sensação de tentação
O que me fez pensar se isso é mesmo um relacionamento
Ou uma prisão causada por mim mesmo

Uma prisão rigorosa que não dá trégua
Onde se pode o tudo ou o nada
Podendo tudo sem pensar nos atos
Que depois se tornam fatos em uma morta discussão
E não podendo nada, à espera, engolindo o seco e o vazio

Eu só preciso de tempo em todas as direções
Para assim, sucessivamente, seguir errando e me arrependendo

Pancadaria

Maluco correndo de um lado pro outro
Brisa quente rolando no ambiente
Um se prepara pra pegar desapercebido
E fica assim despercebido
Sangue quente de quem tem sangue de barata
Ressurreição de um corpo morto em estresse
Membros tremendo feito em frio
Raiva convertida em palavra
O surpreendente surpreende olhos arregalados
Só resta recuar
Se tem a certeza de que a surpresa está porvir

7:14

O moleque desperta cedo e atrasado diariamente
Pra exibir e compartilhar bipolaridade por onde pisa
Se isola da abundância e fica por isso mesmo
Num intuito de silêncio pra si
À procura de respostas dos seus próprios insilêncios
E assim segue desentendido
Até que chegue a hora de ir embora

Psicopato

Pato psicopata
Que procura a pata
Num amor conservado em lata
Do tempo em que beijou a pata
De sua pata
Vagabunda, chamada de rata
O tempo todo se sentindo uma chata
Pato safado que gosta de pata rata
Fissurado em farsa
E, mesmo assim, a ingrata insiste no psicopata

LUBORAO

Chegando a conclusão de que lugar são pessoas
Há o medo de voltar
E a preguiça de pensar no que vai ser
Ao ouvir alguém jurar amor verdadeiro
Sem bastar o tempo
Sem findar o ano
O compatível com as horas de tédio sadio
Você ao meu lado

Espelho Vivo

Coração não querendo mais bater
Com a perda do que é pra ser
Um ser repleto de obscuridade
Alienado ser, aquele que visa parecer
Aparecer em verdades claras do que realmente é
Isso é pra mostrar que é um cara bem mais feliz
De felicidade mórbida e sem paz
Coordenando par em ímpar
Conjulgando mentira em verdade
E a disparidade sendo ímpar até a despedida

Diretriz

Pelo amor que tenho a Deus
Tens por mim
Exagerada

A Viagem

Escrever no escuro é o canal
Ofuscado pela muro que te torna banal
É tão legal e surreal
E não tem como não falar de amor
Esperando o telefone pra ver se o dia furou
Ouvindo o cidadão expressar sua índole e ideologia
No pôr fresco do sol do velho dia
E os instigados recebendo o convite do raiar do novo
E com o surpreendente e inesperado vou guiando
Guiando e guiando, a caneta das ideias

Condizente

Se eu não sei gostar de alguém
Por que a insistência te convém?
Seu ciúme insano me enraivece
Mas tá tudo bem
Criei uma infinita paciência aos seus defeitos
Que não se esgota desse jeito
Mas julgar é pecado, e quem sou eu, não é?
Defeitos, também tenho
E você tem o que reclamar
E escrevendo isso agora
No ritmo da maré, sinto a intensidade do seu amor
Sentimento incabivel por mim no peito
Não tem mesmo jeito
Vou torcer pra que minha paciência desperte renovada

O Contexto da Maciota

Acorda pra ver o sol
Dorme pra sonhar com a lua
Viajando com a magrelinha
Desejando a Terra toda nua
Respiro o ar impuro
E discuto com a vida sobre o que é puro
Porque tenho a liberdade em mãos pra sair de cima do muro
Abro a janela pra sentir o vento às pálpebras correr
Ao som do "Partido Alto" me sinto um neotropicalista sem medo de viver
Ou até morrer
Escrevendo sem sentido, com essência
Puro dadaísmo

Conflito de Intereços

Já parou pra ver a vida do avesso?
Perdi até o grande apreço
Já vi que nem mereço
Porque pra tudo tem um preço
E se tiver que crescer, escrevo e cresço
E pra não ter que falar de preço
Eu desviro tudo do avesso
E continuo ileso

O Vago Em Chamas

Entre o céu e o inferno existe um lugar
Onde se tem o paraíso e o indesejado fim do mundo
Nem sempre o paraíso
Se intimidando com o trauma de viver, levando a vida assim
E a teoria da morte súbita (imaginária?), inadiável
Condenado e engolido pelo sistema
E a chama viva que se acende se chama problema
Que te queima sem pedir permissão

Caixa de Fósforo de Papel

O vento que sopra antes da chuva é você, meu amor
A calada da madrugada é a mão de Deus
Que faz pensar e agir
E quando o sono bate, é de você que lembro
Reanimando o consciente com sonho esquematizado
Aquele sonho ambicioso, só eu e você
Na cama, querendo mais
Doze horas e um pouco mais
Na calada da madrugada, deixando o vento soprar sem malícia
Nessa serena e doce melodia
Se apronta que quero um banho de chuva
Se arrisca, vamos cantar aquele refrão
Pra espantar tristeza
Porque é felicidade que eu quero agora
Levanta esse cabeça pra sorrir pros pingos fortes
E na balada desses pingos fortes eu acordo
Olho pro lado e sinto seu cheiro
Minhas roupas molhadas
E a sensação de felicidade instantânea passada
Te ligo e você passa pro silêncio
E na calada eu fico tenso
Torcendo pra mais vento, calada e sono
Tudo de novo sem cansar, ritmo intenso

Duplo Egoísmo

Em todo esse tempo
Em meio a invejas e divergências
Algo foi depositado e selado
Selado com o primeiro abraço
Ao suceder de uma batalha infantil

Fizemos arte pra esquecer da vida
Com cabeças incríveis e pensantes
Arte que hoje nem serve de mais nada
É puro trabalho, fachada

Essa cavalaria foi e veio várias vezes
Já era história, mas a previsão de volta era vã
Mudei pra impressionar e veja só o que foi causado
Depois de tudo, olhe pra trás
É besteira, mas se tornou desgastante e exaustivo

Agora são dois corpos criando anticorpos
Implorando copos entupidos de cerveja
Pra esquecer e não se arrepender

Mas o pôr-do-sol uma hora vem
E pra esquecer esse mar de problemas, só regredindo pra ver
Vamos sair, beber, repetir o vergonhoso e indesejado fato
Mas que fez bem pra cada copo da sarjeta

Ponto Final

Jurei não entender
Essa vontade louca de ter em dobro o que é seu
Como se perder fosse depressão, quase morrer
Um suspiro causado pelo tédio ao meu lado
Eu odeio

Em meio a confusão foi decidido
Se perder na dor, desejar a toda hora
Onde tudo é um horror
E, de novo, um silêncio precedido de um suspiro

Já diziam que não se pode falar que ama
Como se, ao saber, fosse esfriar
Mas, nem sei, acho que cansei
Depois de todo esforço, duro e carinho que dei
Venha e bata nessa porta só pra dizer que foi um engano
Nem quer mais

Fui um capataz, total incapaz
Não consegui administrar um amor tão doce
Como se amor fosse negócio
Um meio homem seco e vazio
Às vezes efusivo, um pouco inexpressivo
E não diga que não sei me apaixonar
São apenas formas diferentes de se amar

Evaporar-se

Vai-se embora quem estava a sentir falta

Um vazio inexplicável

Infeliz, assim ele é chamado

Procurando o que amar

Alguém pra amar, algo pra se apegar

Tantos falsos amores à sua volta

Uma confusão de que só Deus sabe

E nessa hora já se pensa no passado

Nem chora mais, até quer, acha bom

As lágrimas saíram pra passear

Restou o silêncio, o escuro e o seco

E assim, o infeliz nem sabe pra onde vai

Parado no meio de uma rodoviária suja

Fria e deserta

Se pega pensando sobre a felicidade

Vive dizendo que "feliz mesmo é quem tem tudo o que quer"

Enfim, ninguém é feliz nessa vida

Isso tudo é amor demais

Saudades demais, excessos, desapegos

Nem sobra tempo ou espaço pra pensar

No que é ou não é

Pois é assim que se leva a vida, levando tudo devagar

E quem queria partir, nem se foi

Só queria um tempo só, pra pensar

Se ajeita ali

E, pronto, pra mais um dia

20 Reais & Um Lamaçal

Eu só sei que sou um castelo de cristal
Preciso de tudo nessa vida
Minha carne aguenta
Mas meus músculos nem sentem mais
Me desliguei, me esquece
Estou no stand by

O Amargo

Me vê em tortura
Que se talha pra minha sobrevivência
Me beija, balança cabelo
Sempre a me mexer
E assim me diga o que fiz pra merecer
Nosso calor intenso sendo resfriado
Por um fim de semana bobo
Antilado
Se irrita sem precisar, isso não vai prestar
Não quero é que diga que não tentei te amar

Boemia Moderna Alternativa

Menino assim tão doce
Tão lindo de se amar
Deitados, enroscados na rede
Ele e seu velho papo de par

Menino danado, virado
Do avesso a brasileiro
Deixou seu coração na mesa
Pra ser guardado com cuidado
Sempre desligado

Cabelo meio crespo, encaracolado
O samba no pé, meio bambo
Ainda virado
Remelexo, cambalacho e Bahia na cabeça
Os Mutantes no seu toca-disco quebrado
Andando sempre meio desligado

Bilhetinho de Adeus

Te trago boas novas:
Ela está junto de alguém
A solidão deixou no forno
No Tupperware, a tristeza, na geladeira
Foi embora com o seu amor
Vai ficar fora a vida inteira

Ritmado

Hoje é muito tarde pra dizer, não sei
O que penso você já deve saber
Sinto que é tarde pra esgotar o amor, talvez
Aqui não tem reciprocidade, é certo
Prefiro amigos a você

Sei que o que quer nem se vê mais de perto
Chega de querer me ter
Tô preso numa gaiola colorida
Sempre disposto a voar por você

Seu pai dizia que homem é sempre cafajeste
Como vai compreender?
Me arrume um espelho pr'eu também ver
Quer um e nem sabe o porquê

Seu amor diluindo em digestão
É isso que eu quero ver
Parece até que um dia fica bem
Ligo muito mesmo para os outros
Deixando meu próprio teto esburacado de lado

Me dá um tempo
Deixa eu escrever a noite inteira
Quem sabe assim alguém me lê por inteiro
Por favor, em Janeiro

Àquela Via de Mão Dupla

Olho pros dois lados e nem sei pra quem olhar
É vontade de você
Tenho dois caminhos pra seguir descalço
Um lindo e outro quase ruim
Um beijo tão doce que faz delirar
Se arrisque no amor pra ver o que vai dar
Caminhos distintos, infinitos, tão lindos
Nada a perder
Esse tal arrancou de mim o que é bom
Pegou um táxi e chegou aí
Como assim?
Na verdade, quero mesmo um trem que dê de cara com a felicidade
Seguir atordoado, sem olhar pros lados
Só quero flutuar
Só o tempo e a convivência sabem de tudo
O que é bom, dirá? Será?

(In) Condição

Poucos sabem o que é perder alguém
Ter, mesmo sem ter
Num sentido teórico
Um alguém tão doce deixou outro alguém assim
Mostrou o seu veneno pra quem queria ver
Pra isso, foi criado um relacionaento fictício
Parecia ser a solução, estavam satisfeitos
Com uma borracha, apago o "fictício"
Se torna algo a acontecer
E tá tudo assim
Essa vontade de se machucar é estranha
Preferências sem vontade é o que mais se tem
Tudo pra agradar qualquer alguém
Agrada a qualquer um
Mas não a você mesmo
Foi dito pra acabar com esse menosprezo
Talvez isso acabe como uma daquelas histórias que eu já sei do final...

Pá Furada

Pois é, pequena
Mais um dia que se passa
E você fazendo graça
Caminha do meu lado que te faço rir o tempo inteiro

Depois de uma rotina
Te banho com bom humor e te faço ter saudade
Esquece esses seus sonhos
Abre o olho e veja do seu lado quem te deseja de verdade
Os outros nem ligam pro que pensa

Mas tá tudo bem
Vou continuar imaginando a minha mão na sua
Você nua de problemas
Achando que é até um de seus sonhos

Mas isso é irreal pra você
Pois eu quem vivi preso
Agora me soltou pra conquistar
Então deixa eu te levar

Me alimente de tudo que desejei desde que cheguei
Sei que ninguém faz melhor
É só joguinho de ciúmes, pois é

Mero Engano Descuidado

Depois de tanto tempo
Por que só foi olhar agora?
A vontade já era neutra
Um desinteresse seguido de espera
Já não se estava bem
Pois, quando tudo vai bem
Ninguém precisa de ninguém
Por falar em "ninguém", você gostava de alguém?
Me disseram que nem daria mais
Pra te conquistar deveria ser um bom rapaz
Mas era engano
Tudo pose
Você é como uma qualquer
À espera de alguém que sacie suas vontades e diga "eu te amo"
Um rapaz assim tem em qualquer lugar
E acho que alguém aqui precisa se deslocar
Mas você faz medo com esses suspiros, indiretas e sorrisos
Incerteza que deixa qualquer um pensativo
Enfim, isso é cansativo

República Escrita

Tico era um jovem esbelto
Passava todo tempo escrevendo no porão
Adorava bandas inglesas, Tropicália e psicodelia
Queria conhecer o Afeganistão
Era ambientalista, ligado em política e trabalhava com logística
Mas cansou dessa vida e foi procurar a direção do vento
Pegou seu jeans surrado, mochila, bicicleta e uns trocados
Sem pretensão, comprou um violão
Na mesma loja conheceu João
Que também escrevia e era ligado em política
Tico desistiu do vento
Voltou pro porão com João e o violão
Num caderno, as ideias divididas e guardadas
E conheceram Isadora
Montaram uma banda e foram mudar o mundo afora

O Imortal

A idade me acompanha
O tempo é meu amigo
Eu não ligo pra morte
Ao lado do meu último romance
Sinto falta do passado

Pois é, eu falei que não era tarde
Veja só
Eu quero o tardar
Vai me desculpar
Mas, esses cabelos no chão
Te mostram o que?

Tenho saudade, ela não mata
Já se passou quase um século
Mas, saudade do que?

É tanta coisa que eu já nem lembro mais
Preciso mesmo de paz
Talvez eu sinta saudade da falta de paz
Quando a vida era uma criança
Bagunça, auê, e tudo mais

Hoje, essa vida cresceu
E fico no meu canto
Toco um bandolim velho e bem cuidado
Escondo tudo, até pranto

Num Quarto Revirado

Como pode ser gostar de alguém assim tão fácil?
Descacreditar em belas coisas ditas no quarto
Os nossos desencontros levam a saudade a mil
Sem ao menos esperar o dia findar
E as suas coisas, quando vai buscar?

Beijos e carinhos pra curar o tédio
Será que vale a pena tentar algo sério?
Seu nervosismo e sua vergonha me consomem
Deixando de lado um homem
Que só quer ter alguém

Insisto, vira o rosto
E eu digo "vem"
"Vem" que o nosso romance é escondido
Esquece o tempo, relógio e amigos

Existe a ciência de que precisa paciência
Mas o importante foi dado
O abrigo, você do meu lado

Chegou a hora de ir embora
Mas vê se volta
Te dou meia hora
Vamos tentar de novo
Faça de mim novo
E vê se controla esse amor duvidoso
Pois, desse amor só quero um pouco

Quem sabe nos ter?
Só depende de você
Tem de satisfazer
Me valorizar, sem se menosprezar

Fixa Ficção

Eu queria controlar
Tudo e todos
Parar o tempo e fazer de novo
Mudar o que for dar errado
Apagar essa luz fosca que penetra os meus olhos
E me mostra a outra face escondida em meu consciente
Eu queria, primeiramente, me controlar
E, acima de tudo, o meu coração
Me fazer suportar, não enjoar e enxergar

Rotineira Depressão

O que te faz ser tão sério e chato?
O mistério estampado no cérebro vazio
O desânimo que faz ser chato
A má vontade em percepção
A insistência em olhar para trás
O olhar no presente prevendo o nada
O cheiro familiar indesejado
Atos e fatos nostálgicos
A confiança na desgraça
Inconfiança no futuro imprevisível

Princesa Sem Seu Par

Por que me deixa, bom moço?
Vivíamos um romance de novela
Carinhos, beijos e abraços
Rotina sem cansaços

O bom moço foi embora
Não tem nem meia hora
Seu outro lado tomou conta
Pedi a conta pra tristeza
Pago por nós dois
Um alto preço que nem se importa

Me fez até mudar de estado
Tão de repente
Que trágico
Mas você se foi
Fico na janela à esperar
Meu príncipe, meu novo par

A Química da Ciência

Eu a vi chorando pelo seu estado
Você não se sentia bem emocionalmente e fisicamente
Essa é a esfera emocional entre vocês
Eu gosto
Me emociona
O aspecto emocional me emociona
É uma esfera que se junta à atmosfera
E passa pra todo mundo

O que passa pra todo mundo
é o meu próprio estado emocional
Pensar nisso negativamente talvez não seja ruim
Pode beneficiar a alguém
A mim, por exemplo

Te faz encontrar com sua própria pessoa
Seu interior, sua alma
O encontro faz pensar e agir
Só nos faz pensar
Outros fatores privam o agir

O piloto automático é ativado na conexão com as pessoas
A falta de conexão me fecha
Me torno indivisível, quase um átomo
Mas quebrável
O átomo de nossas vidas

Ficar bem com quem te faz bem
E se isso não acontece, tem algo errado
E é preciso estar mal pra ocasionar o encontro
Um negativo que beneficia

Sou de carne e osso
O psicológico envolve isso tudo
O psicológico, o centro de tudo, o meu centro
Mesmo que seja diferente de todo mundo

Essa cafeína que te toma e te faz ter medo
é a mesma da minha xícara
A insônia que te encontra p'ra você funcionar
é a mesma que não me deixa dormir

O presente cruel
O olho do passado vendado
Pois, era tudo tão bonito que escondia isso tudo
Isso tudo, a esfera
Essa esfera, a atmosfera, a vida
A sua, a minha
Tudo diferente

O Destino Sem Freio

Tenho uma bicicleta sem freio
Pedalo sem medo
Onde vou chegar?
Me aproximo da esquina do destino
Vejo um menino me pedindo pra andar
O menino foi embora
Pro destino afora
Foi-se embora a memória da bicicleta sem freio

Caio

Tenho um português
Não de burguês
Sem regras e pontos
Em meus pequenos contos
Feliz, contente, alegre e sorridente
Mesmo sem dente
Olhando pra frente expressivamente
Pensando no princípio
Seu amigo

O Sonho

Abre essa porta e me beija
Abre, mas eu não quero entrar
Cala essa boca e me beija porque eu quero mais
Me beija e faz ciúme em quem te quer
Sem timidez, sem vergonha, com vontade

Já Diziam As Belas Flores

Eu odeio suas conclusões precipitadas
Eu odeio seus suspiros de tédio
Eu odeio seus mau humores
Eu odeio seus dramas
Eu te amo

Um Passado com P

Estive com você todo aquele pouco tempo
Sem saber e me importar com a direção do vento
Me sentia feliz e me conformava em só ouvir sua voz
Só não sabia se era recíproco
Sempre entendi que você não era boa em demonstrar
Tudo bem

Me desliguei de tudo, menos em você
E achava tudo estranho tudo aquilo muito bem
Mas era impossível te enxergar em defeitos
Com um tempo, tudo foi se desgastando
Acho que não suportava ficar sem te ver por muito tempo

Tempo, eu achei que fosse essencial
Precisava disso
Pra rever, resolver e analisar algumas coisas na minha vida
E naquele mar de rosas

Você parecia não entender
Acho que foi tarde pra se manifestar
Dos poucos que te viram falavam que não estava tudo bem
Você não sabia mas eu só queria o seu bem
Pus a minha pessoa em seu lugar
Me sentia iludido

Ao me topar numa esquina, não queria me enxergar
A sua ira me evitava
E eu me sentia errado e não tinha coragem de te enxergar
Eu queria, naquele momento, alguém pra conversar
Procurei isso num dia qualquer
E com o consciente alcoolizado, como um término aquilo foi entendido

O meu consciente tranquilo, mas eu não
Esperava o dia seguinte
Pra me explicar e esclarecer
Mas não adiantou de nada
Acabou

Hoje me arrependo
Um dos maiores arrependimentos
Mas fui feliz e isso faz parte da vida
Só acho que o tardar ainda não chegou

Nada Com Nada

Quero que me queira te querendo
E me querendo eu te quero, também
Quero não querer você
E você não quer me querer
Você finge querer não me querer
E eu querendo que você queira querer
Eu queria que fosse tudo como quero
Mas o querer é imprevisível

Por isso cansei dessa porra toda e não quero nada.

Caixinha de Surpresas

Feito uma vida.

O Tal

Sempre foi um rapaz brincalhão, pensando sempre que era uma fase. Era o pegador da galera, nunca tinha amado e achava brega e idiota. E, na verdade, não tinha amigos, ninguém o suportava, mas nunca estava só. Ele não gostava de estar só, mesmo sabendo que era. Curtia uma encrenca, adorava ver sangue de terceiros escorrendo em seus punhos, era corajoso mas tinha medo. Afinal, a coragem é uma bela forma de ocultar o medo. Até que surge um cara estranho, de outro mundo, realmente estranho. O tal se viu na oportunidade de ser um protagonista no caso do cara estranho, chegou, parecia ser e depois... se virou contra. Mesmo sabendo que o cara estranho era quem o suportava e sabia lidar com ele, pouco se importava. Gostava de jogar na cara, ter a razão e drama. Acabou. Hoje ele é o mesmo. Mentiras, mulheres, idiotices, medos, encrencas e o "deixar rolar" de sempre... Tudo faz parte de sua vida medíocre. Aguardo pelo futuro mesmo sabendo que não vai mudar muita coisa.

Questões Irrespondíveis

Então é isso que você chama de vida?
Dar as costas aos fatos e encarar coisas passageiras
Planejamentos e planos esquecidos numa noite no motel
Na verdade, você vive de mentiras
O lado ruim de ser ator
Sempre foi assim, mas o melhor é fingir não saber
E se prender aos próprios segredos
São duas vidas distintas
E a oportunidade de conhecer, e o arrependimento

Uma vez, o segredo tomou conta, é passado
Agora você é um cansado trabalhador com vontades
Você sempre foi assim?
No passado, havia um respeito
Hoje, ninguém se importa
É de igual pra igual
Cadê o bom exemplo que prometeu?
Quem vê a situação se sente no direito de liberdade
Ninguém se importa mais

A coragem de voltar e fazer tudo pior, outra vez
O feito era ruim, mas olhe o que você faz
Cadê a sua responsabilidade de manda-chuva?
Enquanto alguém ora, pensa e faz de tudo p'ra estar ao seu lado

O que será da minha bela?
Esqueceu das coisas ruins que aconteceram no passado?
Você magoou uma criança e seu mundo infantil
Quer isso de novo?
Não se esqueça de que pessoas explodem
Essa criança cresceu assim:
Problemática, precoce, quase responsável
Um final presível que os pais não desejam
Parece que o final já começou com o medo ao redor

Na sua visão, distanciou tudo achando que seria bom
Distanciou as garotas importantes
Querendo o bem de todo mundo e o seu, principalmente
Você não merece nem uma lágrima
A irresponsabilidade vence sempre a batalha criada por você
Você tem os seus momentos

Um mau caráter, um belo mentiroso
E o que vai ser de quando acharem a sujeira debaixo do tapete?
Ou... O que será do próximo final de semana sem ninguém?

Super, Super, Supersonics!

Eu realmente fui feliz com aqueles caras. Não era uma banda, era uma família que dividia a intimidade através da música. Dialogávamos com nós mesmos através de jams, composições, shows e experiências. Não precisávamos falar. Tínhamos uma química desde a primeira vez em que tocamos juntos. Pensávamos tanto no futuro que esquecemos o quanto fomos felizes juntos. Era um amor igual, ninguém se amava mais. Cumplicidade que nos fez crescer como pessoas e músicos. Aprendi a tomar decisões, ser forte e amar aquilo que fazíamos por diversão. A música sempre foi tudo em nossas vidas. E todos nossos sentimentos eram visíveis através daquilo. Nada saia bom quando o clima estava pesado ou desgastante. O eu, o aprendizado. Não tínhamos máscaras. Éramos aquilo, gostando ou não. Nunca fizemos música pra agradar a ninguém, e sim, a nós. Acho que isso tudo se resumia em autenticidade, uma intimidade sem igual. E se acabou, eu não sei. Só sei que são lembranças boas que guardo pra sempre.

Um som que nunca vai se calar, a Supersonic.





Dedicado à Breno, Jamanta e Pedro.

Minha Bela

"Papá, papá"... Criancinha sem dente também sente saudade?

O Trio

Encosto a cabeça no travesseiro e lembro daquele passado que a gente nunca aproveitou realmente. Era tudo muito bom e a gente não sabia. Lembro de quando a gente ouvia música e jogava futebol de botão, de quando a gente jogava bola até o pôr-do-sol, de quando a gente ria de tudo e de qualquer coisa na TV. E a gente sempre planejou um futuro inseparável e bem legal, sem saber que de um dia p'ro outro, todos os planos acabariam de uma forma tão dramática. Mas a gente sempre reclama da rotina e do tédio, a gente sempre reclama... Por quê?

UARNB

Cansou de esperar
Foi procurar um outro par
Ele sozinho
E ela, farta de carinho
Ele só se preocupava
Ela ouvia suas histórias e não acreditava
Ele partiu e não a viu
Ela pouco se fodeu, fingiu e,
Consequentemente foi p'ra puta que pariu

Ator da Vida

Pensa sobre suas companhias
Sobre a existência do universo
... Pensa

Um ator da vida
Sempre está feliz e satisfeito
Trabalha como ninguém
E não recebe seu salário merecido

Abre a porta procurando uma saída
Mas avista um corredor longo e infinito
... Desiste

Pensa no amor e na rejeição
Caminham juntos
Pensa, pensa, pensa
"Sou dependente"
... Dependente de tudo

Desiste...
Da vida dependendo de alguém
Mas sem pensar em quem depende do ator
Desiste de frente pro espelho, dorme
...
E acorda atrasado p'ra mais filmagens do dia

Carnaval de Alegrias e Uma Tristeza

Faço um samba pra sambar contigo só
Sambo assim pra sambar contigo, sim
Quero ver me dizer o que o samba tem

Faço uma roda p'ra ouvir o seu refrão
Deixa, o Chico te acompanha com o violão
Abre essa roda que eu também quero entrar

O bate palma e o sorriso lá no canto
Dentro da roda eu até canto
Sambo contigo assim e fico bambo

O carnaval no fundo do quintal
Tem Chico Buarque, Bezerra e o vizinho Sinval

A gente vira a noite já pensando n'outro dia
Procuro um outro par porque você é dia-a-dia
Se você é novo na roda
Pega sua cuíca e vem transmitir sua alegria

Chama a sua família e vem cantar nosso refrão
Vamos todos juntos porque o tempo não espera
Chega o pôr-do-sol e Bezerra se despede
Deixa a gente só, com o repique e o cavaquinho
Fico triste e vou embora de fininho...

Mabelle

No colo diferente ela chora, chora e chora
Sente falta, olha pr'os lados e não vê ninguém
Na euforia, um "mamãe" escapole

O Abraço Solitário

A solidão é...

Ver seus amigos na tela de um computador
Se banhar numa piscina sem sorrisos
Ouvir Los Hermanos e se emocionar
Ficar só e pensar em todas as respostas
Ou desejar o calor de uma companhia amada
Numa madrugada fria de sábado
Solidão é se apaixonar pela carência
Abraçar o vago e não se sentir só
O vago dos abraços de um solitário

O Vazio

Havia uma festa
Talvez nem fosse uma
Mas com bebida e amigos
Uma piscina "vazia"
Prestes a ser enchida por lágrimas
Lágrimas de uma despedida

Libertines é a banda da noite
Dois embriagados a cantar e dançar
Uma dança de felicidade
Regada por amizade
The boys looked at Johnny!

As roupas molhadas
Eram a tristeza de cada um
Era um momento como qualquer outro, mas diferente

... E o dia 27 é esperado por todos.