30/09/2010

Telefonema Sozinho, Maço Terraço

Ouvindo a trilha de nossa despedida
Lembro de ter ficado remoendo o passado
E agora me pego remoendo o presente
Tentando decifrar o que vai dar
Se você não demonstra interesse por isso
Não há motivos pra deixar estar

Até parece que voltei as páginas daquela velha história
Uma situação que se inverte
E me deixa à beira de pensamentos novamente
Esses, bem mais responsáveis e delicados
Enquanto me cobram atitudes irresponsáveis e indelicadas

Tudo está sob 20 minutos
Que possivelmente se multiplicarão
Em lágrimas sensíveis ao ver a porta aberta
De alguém que saiu com medo e desejo de ficar
A mesma porta do recinto em que estive só
Ensaiando e costurando um véu chamado paciência

Foi imposta a temporada de visitas
Visitas que cutucaram a morta sensação de tentação
O que me fez pensar se isso é mesmo um relacionamento
Ou uma prisão causada por mim mesmo

Uma prisão rigorosa que não dá trégua
Onde se pode o tudo ou o nada
Podendo tudo sem pensar nos atos
Que depois se tornam fatos em uma morta discussão
E não podendo nada, à espera, engolindo o seco e o vazio

Eu só preciso de tempo em todas as direções
Para assim, sucessivamente, seguir errando e me arrependendo

24/09/2010

Pancadaria

Maluco correndo de um lado pro outro
Brisa quente rolando no ambiente
Um se prepara pra pegar desapercebido
E fica assim despercebido
Sangue quente de quem tem sangue de barata
Ressurreição de um corpo morto em estresse
Membros tremendo feito em frio
Raiva convertida em palavra
O surpreendente surpreende olhos arregalados
Só resta recuar
Se tem a certeza de que a surpresa está porvir

20/09/2010

7:14

O moleque desperta cedo e atrasado diariamente
Pra exibir e compartilhar bipolaridade por onde pisa
Se isola da abundância e fica por isso mesmo
Num intuito de silêncio pra si
À procura de respostas dos seus próprios insilêncios
E assim segue desentendido
Até que chegue a hora de ir embora

19/09/2010

Psicopato

Pato psicopata
Que procura a pata
Num amor conservado em lata
Do tempo em que beijou a pata
De sua pata
Vagabunda, chamada de rata
O tempo todo se sentindo uma chata
Pato safado que gosta de pata rata
Fissurado em farsa
E, mesmo assim, a ingrata insiste no psicopata

14/09/2010

LUBORAO

Chegando a conclusão de que lugar são pessoas
Há o medo de voltar
E a preguiça de pensar no que vai ser
Ao ouvir alguém jurar amor verdadeiro
Sem bastar o tempo
Sem findar o ano
O compatível com as horas de tédio sadio
Você ao meu lado

13/09/2010

Espelho Vivo

Coração não querendo mais bater
Com a perda do que é pra ser
Um ser repleto de obscuridade
Alienado ser, aquele que visa parecer
Aparecer em verdades claras do que realmente é
Isso é pra mostrar que é um cara bem mais feliz
De felicidade mórbida e sem paz
Coordenando par em ímpar
Conjulgando mentira em verdade
E a disparidade sendo ímpar até a despedida

12/09/2010

Diretriz

Pelo amor que tenho a Deus
Tens por mim
Exagerada

A Viagem

Escrever no escuro é o canal
Ofuscado pela muro que te torna banal
É tão legal e surreal
E não tem como não falar de amor
Esperando o telefone pra ver se o dia furou
Ouvindo o cidadão expressar sua índole e ideologia
No pôr fresco do sol do velho dia
E os instigados recebendo o convite do raiar do novo
E com o surpreendente e inesperado vou guiando
Guiando e guiando, a caneta das ideias

01/09/2010

Condizente

Se eu não sei gostar de alguém
Por que a insistência te convém?
Seu ciúme insano me enraivece
Mas tá tudo bem
Criei uma infinita paciência aos seus defeitos
Que não se esgota desse jeito
Mas julgar é pecado, e quem sou eu, não é?
Defeitos, também tenho
E você tem o que reclamar
E escrevendo isso agora
No ritmo da maré, sinto a intensidade do seu amor
Sentimento incabivel por mim no peito
Não tem mesmo jeito
Vou torcer pra que minha paciência desperte renovada