20 Reais & Um Lamaçal

Eu só sei que sou um castelo de cristal
Preciso de tudo nessa vida
Minha carne aguenta
Mas meus músculos nem sentem mais
Me desliguei, me esquece
Estou no stand by

O Amargo

Me vê em tortura
Que se talha pra minha sobrevivência
Me beija, balança cabelo
Sempre a me mexer
E assim me diga o que fiz pra merecer
Nosso calor intenso sendo resfriado
Por um fim de semana bobo
Antilado
Se irrita sem precisar, isso não vai prestar
Não quero é que diga que não tentei te amar

Boemia Moderna Alternativa

Menino assim tão doce
Tão lindo de se amar
Deitados, enroscados na rede
Ele e seu velho papo de par

Menino danado, virado
Do avesso a brasileiro
Deixou seu coração na mesa
Pra ser guardado com cuidado
Sempre desligado

Cabelo meio crespo, encaracolado
O samba no pé, meio bambo
Ainda virado
Remelexo, cambalacho e Bahia na cabeça
Os Mutantes no seu toca-disco quebrado
Andando sempre meio desligado

Bilhetinho de Adeus

Te trago boas novas:
Ela está junto de alguém
A solidão deixou no forno
No Tupperware, a tristeza, na geladeira
Foi embora com o seu amor
Vai ficar fora a vida inteira

Ritmado

Hoje é muito tarde pra dizer, não sei
O que penso você já deve saber
Sinto que é tarde pra esgotar o amor, talvez
Aqui não tem reciprocidade, é certo
Prefiro amigos a você

Sei que o que quer nem se vê mais de perto
Chega de querer me ter
Tô preso numa gaiola colorida
Sempre disposto a voar por você

Seu pai dizia que homem é sempre cafajeste
Como vai compreender?
Me arrume um espelho pr'eu também ver
Quer um e nem sabe o porquê

Seu amor diluindo em digestão
É isso que eu quero ver
Parece até que um dia fica bem
Ligo muito mesmo para os outros
Deixando meu próprio teto esburacado de lado

Me dá um tempo
Deixa eu escrever a noite inteira
Quem sabe assim alguém me lê por inteiro
Por favor, em Janeiro

Àquela Via de Mão Dupla

Olho pros dois lados e nem sei pra quem olhar
É vontade de você
Tenho dois caminhos pra seguir descalço
Um lindo e outro quase ruim
Um beijo tão doce que faz delirar
Se arrisque no amor pra ver o que vai dar
Caminhos distintos, infinitos, tão lindos
Nada a perder
Esse tal arrancou de mim o que é bom
Pegou um táxi e chegou aí
Como assim?
Na verdade, quero mesmo um trem que dê de cara com a felicidade
Seguir atordoado, sem olhar pros lados
Só quero flutuar
Só o tempo e a convivência sabem de tudo
O que é bom, dirá? Será?