Impulsividade

Mal que queima
As entranhas
De dentro pra fora
Que ao mesmo tempo
Deseja e teme
A solidão
Sem querer
Já querendo
Vai se levando
De ponto em ponto
Aos trancos e barrancos
Caminha com a insistência
Que mesmo com paciência
O torna impaciente
Te fazendo assim
Inconsciente

Já Passou do Quê?

Dentro do ônibus
Com a cabeça quente
Olhando pra cada cada parte
Do que se torna externo
O que se passa em movimento
Como o tempo
Ligeiro e passageiro
Um passageiro
Sobrevivente de tantos atrasos

Ontem

É, não existe mais aquela menininha
Daianinha, tudo "inha"
Do jeito que eu te via
Agora te enxergo como uma mulher
Minha mulher
Daiana, com pernas, nuca
Beleza, sensualidade
Quem me faz ser um ser de verdade
Minha morena carioca banhada de amor

Novidade

O estranho de estar feliz no amor
É encontrar tal bem estar
Saudade, desejo, prazer
O querer todo dia
Esquecer da vida
Lado infeliz pra uns
Pra mim, fonte de carência
Que faz de mim um poço inadimplente
Dependente ou inocente
Que sente
Simplesmente

Materno

Pode até chegar
Que eu sei
Não é a hora
De descansar
Passará o tempo
E faz sangrar
Que em cada despedida
Eu vou cantar
Pra espantar a saudade

Interexcêntrico

A vida sendo viva
Simplesmente como é
O que se tem
E o que vive
Vida própria da vida
Vida instável vivida

Sr. Filho da Puta II

E mais uma vez
Eu aqui lembrando do passado
De quando a rotina era diversão
Em qualquer coisa
Um passado não tão distante
No que eu ensinava e aprendia
De quando achei que descobri a amizade
E sabia de tudo
Só me enganei
E descobri o amor meio sem querer
Assim vi que não sabia de nada
Melhor mesmo é descobrir o amor recíproco
Estar feliz com o presente
Mesmo sendo diferente
E não precisar de mais nada

Pra Vida Toda

No nosso ninho do amor
A sensação mais bela
Que nos faz esquecer
qualquer hábito infame
O tempo, o medo, o segredo
Tudo se acaba em abraços e beijos
Na cama ou no sofá
Faça-me homem que te faço mulher
Num dia qualquer
Seja 19 ou 22
Que seja nós dois

Na Hora

Nesse vazio do dia a dia
Quando o fim não encontra o dia
E eu vou contando as horas
Pra estabilizar nossa temperatura
Sem se importar pra tempo
Sentindo suas mãos frias me fazendo sorrir
Do destino, eu até desisti

Maçã

Só no veneno
Porque eu sou guerreiro
Eu sou guerreiro
Quaticutum!
Fico só no veneno
Sonhando feito uma menina
Que não podia parar
Que ia chegar no Japão
Dancei com xogun e surfei no vulcão
Eu sou guerreiro
E até sambei com o Ali
No meio da rua e na avenida central
Nosso próprio carnaval
Voando pro Japão
Pra encontrar dragão

Bala

Daiana amante
Daiana ofegante

Sentimento constante
Viciante, eletrizante

Meio cortante
Vem beijando de pescoço avante

Com seu ciúme iniciante

Pequena Ilha Grande

Menina tão doce
Sutil, calada
A chama que se acende
No entardecer da madrugada
Pele macia, mãos suaves
O corpo que se alinha perfeitamente
A qualquer sensação minha
Chama quase fria
Que ouso a esquentar
Até ouso sonhar
Com seu segredo a sete chaves
Que hei de conquistar

... É com uma mulher dessas
Que eu vou até o inferno
Pois o paraíso é logo aqui
O meu pôr do sol

Leve Tarde

Alheios olhos

Que em certo tomam toda atenção

Na contramão

Certeza incerta

Dá vida ao plano tentador

Espero que não haja dor

Pois o paraíso é você

Ao ver o sorriso, o alívio

O problema varrido

O problema em ser homem

A Sete Palmos

A síndrome prisão

A mãe amiga

A morte bandida

Inimiga da vida

Sozinha noutra vida

O Medo

Beijos e carícias
Que comprometem a boa índole
Coisas bonitas ditas
Que confortam os ouvidos
O calor rotineiro das madrugadas
O passo a passo das conquistas
Como se o corpo fosse um território
Perigoso e valioso

Ainda Bem Que Eu Sou Flamengo

Mês a mês
Me amolam com português
E todo dia de apatia
Me aparece um burguês
De camisa de gola
De bota
Me aponta na cara um dedo
Me priva do segredo
E apontando meus medos
Me reprova
Segrega meu silêncio
No chão joga meu lenço






Fiz com o Dorival Cainho, esse aqui.

Num Dia Desses

A cabeça aberta
Pra qualquer sensação
Pro vazio que se sente
Uma pergunta feita
Simples, sobre o poder maior
A falta, a escassez
A vontade, a saudade

Marcenaria Lupi Mix, Mané

Num dia desses saí de casa desanimado
Todo maltrapido, cabisbaixo
Com a mina no colo e os bróder do lado
Sem nenhum levado

Dei um visu num gringo
Mandando os breakdance
Cheguei com meu humilde jokedance
Cantando o "Chuparacandé", o "Tchacaracatché"
Dorival, Junão e Barnabé
Chei da coceira no pé
Puxando o rock e fazendo o auê geral

Fumando charutão e ouvindo Sidney Magal
Bebendo tequila e ficando bebão
Deixando a galera louca até o chão

Que Mart'nália o quê!
Eu vim pra Lapa é pra botar pra fudê!






Tem um trecho da pala aí que é do Barnabé.